sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Relatos: Sobre o Livro da Lei

Relatos: Sobre o Livro da Lei

 Eu sabia da existência desse livro, e hoje eu fui dar uma rápida passada de olho para uma possível compra e aumentar um pouco mais a minha biblioteca. Mas, quando eu dei uma olhada no "comento", que parece ser uma nota escrita por Crowley, mas narrado por "O sacerdote dos príncipe; ANKH-F-N-KHONSU".

 Esse comento, não sei por qual motivo, me deixou extremamente assustado. Vou lhes dizer, poucas coisas me assustam à ponto de tirar a minha curiosidade, e hoje, isso aconteceu. Logo, pela minha auto-crítica; não sou capaz de tal leitura e de tal conhecimento.

Segue o comento:
- Livro da Lei - A. Crowley -
"Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei.

O estudo desse Livro é proibido. É sábio destruir esta cópia depois da primeira leitura.

Quem quer que desrespeite isto o faz por seu próprio risco e perigo. Estes são dos mais terríveis.

Aqueles que discutem o conteúdo deste Livro são para serem evitados como centros de pestilência.

Todas as questões da Lei são para serem decididas apenas por apelos aos meus escritos, cada qual por si mesmo.

Não existe lei além de Faze o que tu queres.

Amor é lei, amor sob vontade."




-bittencourt-

Meus Contos: A Caverna

As vezes, as nossas inspirações vem dentro dos lugares mais loucos e dessa vez veio dentro do ônibus, na triste e cansativa volta pra casa. Com a cara fechada e um tanto quanto irritado. Eu meio que dei uma cambaleada e vi tudo isso. Não pensei duas vezes e já escrevi. Novamente, espero que gostem. Bons sonhos também. :)



A CAVERNA
- G. Doré -

Senti um frio percorrer todos os poros da minha pele. Minha cabeça explodiu quando fiz esforço para levantar, quase como uma pressão de alguém muito forte apertando os meus ouvidos. Meu corpo pulsava intensamente como se alguém abrisse os braços com toda força em um local apertado. Abri os olhos respirando fundo e o cheiro me deixou atordoado e uma ânsia veio como um soco num vácuo. Nada, além de água e amargor.
Toquei a parede úmida, parecida com a de um calabouço dos filmes de terror ou de tumbas descritas por Lovecraft. O gotejo ecoava nas paredes incertas e baixas daquele lugar que eu nem imaginava onde ficava. O barulho de um rastro fez eu virar minha cabeça rapidamente e minha respiração sumiu por segundos que não consegui imaginar quanto tempo durou. Minha pupila dilatou e comecei a tatear a parede e a andar com a ponta do pés, fora a respiração baixa que me fazia tremer a cada passo.
Ouvi novamente aquele barulho, mais perto desta vez e ecoou como um grito de tormento que fizeram meus músculos se retraírem quase que por instinto e o andar despreocupado(como se o 'coisa-que-mora-nessa-escuridão' não precisasse se preocupar com os caminhos) aproximou-se cada vez mais e meus ouvidos captaram uma leve curva à direita que o desviou de onde eu estava.
Devagar, o acompanhei, e no fim de um corredor onde eu pisava em mucos e nas imperfeições do terreno, enxerguei uma luz fraca e pálida que dançava em sombras tenebrosas nas paredes. Encostei-me e meus olhos queimaram ao chegar perto da luz e enxerguei o que nunca imaginei; uma criatura, uma criatura desforme e com uma pele flácida e pegajosa como a de um humano por muitos anos embaixo d'água. Ela estava de pé à frente de um balcão de cimento liso e os movimentos que a criatura fazia refletia na parede juntamente com a luz da vela que agora, pude ver melhor. A mobilidade lenta e aparentemente grudenta eram sexuais e horripilante, um vai e vem seco, sem expressão, entretanto, nada foi mais perturbador do que olhar pra baixo e ver que a vítima do monstro estava com os braços e pernas abertos, inclusive sua garganta que jorrava sangue como um chafariz das fontes de Florença. O olhar vazio de quem foi entorpecida por ervas naturais fez com que o efeito da droga a fizesse sorrir enquanto definhava lentamente e perdia a cor da sua pele.
Numa sincronia de uma ópera fúnebre, a criatura pareceu terminar junto com o último batimento cardíaco da vítima. Entrei em desespero e não conseguia gritar, mas sentia a minha voz prestes a ensurdecer qualquer um naquele submundo. O medo tomou meu corpo e entrei em pânico, chorei desesperadamente e comecei a ouvir vozes de desespero. Até o momento em que engasguei como se um tubo me sufocasse por anos. Meus olhos abriram o máximo que puderam e antes do globo saltar da órbita, vi e paralisei. Pessoas desconhecidas dizia um nome no qual não imagino de quem era, talvez fosse o meu; "- Será? Onde eu estou?" Respirei fundo e não me lembro de mais nada. Só sabia que estava em uma cama de hospital. Afundado e sentindo um ardente formigamento.

Passaram-se dezesseis anos desde que estava preso naquele local(me disseram que esse foi o tempo que fiquei 'desacordado'), hoje entendo o meu trauma, estava tudo dentro da minha própria mente e essa foi a única vez que lembrei de tudo. Juro que é assustador. O nosso medo é criado por nós. O meu e o seu medo está aí, bem do seu lado, aliás, na verdade está muito mais perto do que você imagina. Não dê tempo à ele.

-bittencourt-

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Minhas Letras: Marka Azul-Meru

Marka Azul-Meru


Circular, dourado e sete pontas.
Abre o portal-azul brilhante.
Meru fugiu dos Pacos
Sumiu entre as luzes.
O lago do sul refletiu o seu poder.

Azul-Navio;
Azul-Nave;
Azul-do-Céu;
Azul-Meru.

Uma cruz se forma
De pontos invisíveis.
Interligam a energia.

Cortes e encaixes precisos
Nas rochas remotas;
Hoje lenda, incensos e reza.
Marka traz a esperança
De uma nova terra fértil
Em meio ao deserto.

Azul-Navio;
Azul-Nave;
Azul-do-Céu;
Azul-Meru.



Todos os direitos reservados para® -Guilherme Bittencourt-

Minhas Letras: Sirius B

SIRIUS B


Os segredos e lendas
Chegam sempre
Com os ventos.
Homens gigantes,
Pássaros de fogo
E naves cintilantes.

Viajantes são
Os astronautas
Em todos os mundos.
Misticismo; cosmo
E fim dos tempos.

Olhos no céu,
Espera constante.
Visitantes, nos olham de longe.
“São uns tais viajantes”.

Sons e símbolos ocultos:
Não acredite
Somente em nós.
É tudo tão grande
Para ser vazio
E sem histórias.



Todos os direitos reservados para® -Guilherme Bittencourt-

Veja essa também. ;)

Meu Livro: Prólogo (Aos Três: Um último caso).